Conselho Universitário da UEMG aprova a abertura do curso de Medicina na Unidade Passos
03/07/2015
O Conselho Universitário da UEMG (CONUN) aprovou, em reunião realizada em 2 de julho, a abertura do curso de Medicina na Unidade Passos, graduação cujo projeto político-pedagógico já houvera sido aprovado no mês de julho pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (COEPE).
Com autorização do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Saúde, instâncias nas quais obtiveram a média 4 — em escala cujo limite é 5 — a graduação aguarda agora a avaliação do Conselho Estadual de Educação (CEE/MG), responsável, entre outras atribuições, pela regulação e fiscalização dos cursos oferecidos pelas universidades públicas estaduais.
O CEE/MG destacará uma comissão de avaliação para elaborar um parecer sobre as condições da Unidade, como infraestrutura e matriz curricular e corpo docente qualificado. O resultado desse documento será enviado novamente para o Conselho Universitário para adequação do projeto ou para dar prosseguimento ao oferecimento do curso.
Caso seja aprovado até agosto deste ano, existe a expectativa de que possa ser oferecido ainda no Vestibular UEMG 2016.
Infraestrutura
Com aportes próprios de aproximadamente R$ 5 milhões, realizados desde 2011, quando ainda era uma fundação associada à UEMG, a Unidade Passos edificou um Complexo de Saúde, que conta com 800 m2, com capacidade para acolher 330 docentes e discentes.
A Unidade já possui expertise no oferecimento de cursos da área de saúde, como Biomedicina, Enfermagem, Nutrição e Estética e Cosmética. Segundo informações da Unidade, a estrutura se encontra plenamente preparada para cumprir os requisitos curriculares dos cursos do núcleo da saúde, fato já referendado pela visita da equipe do Ministério da Educação ao local e sua autorização com a nota 4.
Os laboratórios e biblioteca já estão equipados e preparados para o desenvolvimento da maioria dos procedimentos que os futuros profissionais da saúde realizarão no campo profissional, ou seja, antes de terem acesso à prática profissional devem desenvolver as técnicas, habilidades e competências no ambiente dos laboratórios, havendo medida de desempenho e habilitação para o exercício profissional no campo dos estágios.
Equipe docente
Um dos fatores utilizados para sensibilizar o governo a abraçar o lançamento de um curso gratuito em Medicina seria o baixo impacto na folha de pagamento dos professores durante os dois primeiros anos.
Segundo a Diretora Acadêmica da Unidade Passos, professora Tânia Maria Delfraro, os primeiros anos de formação em cursos da área de saúde possuem muitas disciplinas comuns, assim, os professores que já lecionam nos demais cursos serão aproveitados também no curso de Medicina.
Ela informa que cerca de 80% do corpo docente possui titulação compreendida entre mestrado e doutorado, formado pelos professores já lotados na Unidade e por profissionais com igual titulação disponíveis na Santa Casa de Misericórdia de Passos, grupo que também participou do Núcleo Docente Estruturante (NDE), que juntamente com a consultoria pedagógica do professor Geraldo Brasileiro Filho, elaboraram o projeto encaminhado ao MEC.
Segundo Tânia, o curso esteve a ponto de ter seu vestibular lançado pela Fesp em 2014, porém, com o processo de estadualização da Unidade e impedimentos dele decorrentes, como o de se lançarem novos cursos durante o período de transição, adiaram a abertura.
Com a transferência dos cursos superiores da antiga Fesp para o sistema público estadual de Ensino Superior, vieram novas questões burocráticas e adequações a serem feitas. “A UEMG abraçou também o projeto e trabalhamos então na remodelação do curso de acordo com as regras da Universidade e tivemos total apoio da Reitoria no processo”, afirmou a professora Maria Ambrosina C. Maia, da Unidade Passos, uma das integrantes da equipe responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Relevância social
Tânia informa que a contrapartida social será decisiva para o atendimento em saúde na região, que conta atualmente com 1,83 médico por habitante, enquanto, em países como o Uruguai, essa média é de 3,7.
“Já ativamos convênios com a Santa Casa de Piumhí, de Paraíso, com todos os hospitais de Passos, com todos os ambulatórios de atenção primária, com ambulatórios de Programa Saúde da Família e com as prefeituras desses municípios, que se ofereceram seus hospitais como campo de prática”, afirma.
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