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Semana de Museus mostra diversidade na área de história e memória da UEMG Divinópolis

29/05/2015

Assessoria de Comunicação – UEMG Unidade Divinópolis

Entre os dias 18 e 24 de maio, foi promovida, pelo Instituto Nacional de Museus (IBRAM), a 13ª Semana Nacional de Museus. O evento, que acontece anualmente em comemoração ao Dia Internacional dos Museus (18 de maio), teve atividades realizadas na UEMG Unidade Divinópolis, por meio do Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho.

Em 2013, o centro recebeu o prêmio Pontos de Memória, concedido pelo IBRAM. A partir do prêmio, o centro foi reconhecido como uma instituição museológica. Este reconhecimento veio ao encontro desta nova perspectiva da museologia contemporânea, que trabalha não apenas o museu como guarda de bens materiais históricos. Esta concepção vem se transformando e, a partir dela, entende-se o museu como um espaço educativo e de difusão de cultura. Então, a partir desta ideia, é possível trabalhar, também, com o patrimônio imaterial.

Desta forma, a história oral e a memória são objetos que podem ser guardados em um museu. “Essa nova concepção de museus traz à tona, também, a memória daqueles que não estão no registro oficial. Quando recebemos documentos de personalidades diversas da cidade, ampliamos o número de vozes e autores dessa história e da memória da cidade e região. Então, esse trabalho nos caracteriza como uma instituição museológica e, principalmente, dentro dessa característica da museologia social, que é essa ampliação de vozes e de memória, do registro do passado e daquilo que deve ser guardado”, contou a professora Flávia Lemos, coordenadora do centro, que desenvolve os trabalhos nesta perspectiva desde 2001. Foi por meio do trabalho realizado ao longo deste período e pelo prêmio de reconhecimento que o centro participou da Semana de Museus.

A Semana de Museus
Esta foi a primeira vez que o centro participou da Semana de Museus e, para que tudo fosse bem executado e organizado, a coordenadora do setor, outros dois pesquisadores, José Heleno Ferreira e João Ricardo Pires, além do funcionário da unidade Max Myller, pensaram como seria realizado o evento. Após a concepção, outras pessoas foram incluídas na equipe, como os professores Douglas Ferreira e Daniela Couto, que coordenam a Agência Experimental 3 Mil e Um, do curso de Comunicação Social – junto com o professor Ramon Aguiar, eles foram os responsáveis pela criação do “layout” da exposição apresentada durante a semana, além de pensarem a estrutura e a ambientação da sala onde foi reproduzido o cruzeiro, símbolo da festa de Santa Cruz.

O professor Isaac Erder também se juntou à equipe e organizou a oficina de Educação Patrimonial e Museal, que fez parte da programação das visitas orientadas. A participação dos alunos da UEMG Unidade Divinópolis também foi muito importante para a organização dos espaços da exposição e oficinas, conforme destacou Flávia: “A gente tem estes professores, que são os idealizadores e que organizam, mas depois passamos a ter a colaboração de um grande número de alunos também, tanto para pesquisa quanto para seleção de material”. Os alunos participantes foram, principalmente, dos cursos de História e de Comunicação Social.

Oficinas
Várias oficinas foram oferecidas à comunidade ao longo da semana, entre elas Memória e Sustentabilidade, Mapas Mentais: o Olhar dos Jovens e Adolescentes sobre a Cidade de Divinópolis e de flores e bandeirinhas.

Esta última foi oferecida especialmente para as funcionárias das áreas de Limpeza e Manutenção da unidade. A festa de Santa Cruz, que é retratada na exposição “Varal de memórias: conectando Minas em rede: religiosidade, trabalho e cotidiano”, tem uma produção tanto de bandeirinhas quanto de flores artesanais que são feitas pelas comunidades que promovem as festas para enfeitar o cruzeiro. Esta oficina já havia sido realizada anteriormente pela professora Batistina Corgozinho (1953-2013) na época em que ela era coordenadora do centro. Este foi, portanto, um dos motivos que levaram a equipe de organização da semana a resgatar este trabalho. “A gente convidou as funcionárias da Limpeza e da Manutenção, e o convite foi muito bem recebido. Foram realizadas oficinas com elas em dois dias: na quinta-feira, à tarde, foi a de bandeirinhas, com o Osvaldo André, e a outra aconteceu na sexta-feira, de manhã: de produção de flores, com a Fátima Gonçalves”, explicou Flávia.

As funcionárias confirmaram a satisfação em participar das oficinas: “Achei muito interessante porque é uma coisa que a gente sabe fazer desde criança, né? E aprendemos a fazer outros tipos de bandeirinha também. Cada coisa que a gente faz é um momento único pra gente, e este foi um momento único, principalmente pela oportunidade de reunião da equipe e com pessoas diferentes”, contou a funcionária Sônia Aparecida Zacarias. A funcionária Lúcia Helena de Oliveira também opiniou: “Gostei muito, pelo momento de descontração em que todas nós estávamos reunidas”.

Durante a semana, mais de mil alunos de escolas estaduais e municipais da educação básica de Divinópolis visitaram a unidade. Eles puderam conhecer o acervo e o trabalho do centro, além de participar de outras oficinas e de interagir com a exposição montada no bloco 4.

Parceria com a educação básica
A interação do centro com os alunos da educação básica foi possível a partir de uma reunião com a Superintendência Regional de Ensino e a Secretaria Municipal de Educação de Divinópolis. Acompanhada dos professores e pesquisadores do centro José Heleno Ferreira e João Ricardo Pires, a coordenadora do setor solicitou o apoio das secretarias para a divulgação nas escolas. “Nós oferecemos oficinas especificamente para as escolas de educação básica: duas foram para a segunda fase do ensino fundamental e médio e uma foi especialmente direcionada ao ensino médio. Incentivamos as escolas a fazerem uma visita orientada ao Centro de Memória e ver as exposições. A gente quer cada vez mais estabelecer esta parceria e fazer este contato com as escolas”, ressaltou Flávia. Além do apoio das secretarias, foi feita uma parceria com as escolas que integram o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (Pibid), do qual participam estudantes dos cursos de licenciatura da unidade.

O trabalho da equipe do centro é importante para sensibilizar os alunos do ensino fundamental e médio acerca do que é a memória e história para que eles possam conhecer o patrimônio da região. E, para isso, uma ferramenta importante foi lançada durante a Semana de Museus: o EmRedes – Portal da Memória do Centro-Oeste Mineiro. “Eles podem acessar da casa deles ou da escola, e é uma ferramenta importante de trabalho, utilizada na educação pra falar da memória e da história da região. E o próprio contato com a Universidade já estabelece uma relação de maior proximidade”, concluiu Flávia.

O estudante Ian Soares, do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Dona Antônia Valadares, de Divinópolis, contou sua experiência após a visita: “Foi bem produtiva para mim, pois soube um pouco da história de Divinópolis que eu não conhecia. Foi uma experiência enriquecedora. Conheci trechos da cultura, como a Festa de Santa Cruz, e conheci, também, o Centro de Memória. A partir de hoje, poderei utilizar este espaço para realizar pesquisas sobre a história de Divinópolis”.

Segundo o professor Charles Guimarães, que acompanhou os alunos do 5º, 6º e 7º anos do ensino fundamental da Escola Estadual Chico Dias, também de Divinópolis, na visita à unidade, eventos como a Semana de Museus são importantes para ampliar o universo de aprendizado dos estudantes. “É uma forma diferente de ensinar, para além da sala de aula”, finalizou.

As visitas orientadas durante a semana serviram como experiência para dar continuidade ao projeto de visitação permanente já desenvolvido pelo centro com escolas de Divinópolis e região. A partir de agora, será possível aos interessados agendarem uma visita ao espaço uma vez por semana.

As oficinas e parte da exposição, incluindo a mostra “Nossa história, sua memória: 50 anos da FUNEDI”, aconteceram nas instalações da UAITEC, que se localizam no bloco 4 da UEMG Unidade Divinópolis. Foram utilizados o laboratório digital, as duas salas de videoconferência e a sala de reuniões. “Foi muito importante receber os eventos da Semana de Museus, até mesmo para as pessoas conhecerem o espaço da UAITEC. Esta é uma das funções da Universidade Aberta: divulgar, abrir espaço e ser ponto de apoio para eventos que tenham relevância cultural, educativa e que incluam toda a comunidade”, ressaltou a coordenadora do polo Divinópolis da UAITEC, Elisa Catari.

Varal de Memórias
O Varal de Memórias: Conectando Minas em Rede: Religiosidade, Trabalho e Cotidiano ficou exposto, no bloco 4 da UEMG Unidade Divinópolis, até o dia 28 de maio. A partir deste sábado (dia 30 de maio), será montado em Belo Horizonte, no Ponto de Memória do Taquaril, onde estarão reunidos varais de outros pontos de memória de Minas Gerais.

Ao retornar para Divinópolis, a exposição será itinerante, passando por diversos locais da cidade, incluindo as comunidades onde ocorrem a festa de Santa Cruz e que são retratadas na exposição. “Agora a gente vai organizar um calendário e inserir estes locais que vão receber a exposição. O nosso interesse é sempre o de ampliar este acesso”, explicou Flávia.

As atividades da Semana de Museus promovidas pelo Centro de Memória puderam ser aproveitadas por toda a UEMG Unidade Divinópolis (alunos, professores e funcionários), além, é claro, da comunidade externa, como destacou Flávia: “Nós somos uma instituição que trabalha com cultura. Então, o que a gente quer é exatamente divulgar, promover experiências culturais e ampliar o acesso à cultura”.

Ainda de acordo com a coordenadora do centro, o retorno dos visitantes foi muito positivo: “Isso aproxima a Universidade da comunidade. É uma troca muito rica”. Pôde-se perceber que foi um evento a que toda a academia teve acesso porque ele não foi produzido pensando apenas em um curso, mas em toda a comunidade acadêmica. “Foi muito bom observar alunos do curso de Enfermagem vendo os nossos documentos e a nossa exposição; e gostando e perguntando e se interessando pela questão da memória. Eu acho que a gente foi efetivo em mostrar que o tema da memória não é de um curso, que a memória e a museologia são amplas. A memória é um tema transversal que perpassa a Universidade como um todo, independente do curso”, finalizou Flávia.

Grupos, escolas e comunidades que tenham interesse em receber o Varal de Memórias ou agendar visitas orientadas às instalações do centro devem entrar em contato pelo telefone (37) 3229-3561 ou pelo e-mail memoria@divinopolisuemg.com.br.

 

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