Neste 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, aconteceu, na UEMG Unidade Divinópolis, a abertura da 13ª Semana Nacional de Museus. A unidade participa da programação do evento por meio do Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho.
Promovida pelo Instituto Nacional de Museus (IBRAM), a semana aborda o tema “Museus para uma sociedade sustentável” e busca refletir sobre a ação do homem no planeta e de que maneira os museus podem proporcionar uma melhora na qualidade desta ação.
Além de professores e funcionários da instituição, estavam presentes estudantes dos cursos de História e Comunicação Social da unidade.
No início do evento, compuseram mesa a pró-reitora de Extensão da UEMG, professora Vânia Costa; a diretora acadêmica da UEMG Unidade Divinópolis, professora Ana Cristina Franco Rocha Fernandes; e a coordenadora do Centro de Memória, professora Flávia Lemos.
Ao abrir a semana, a pró-reitora destacou que este evento é importante para toda a UEMG e não apenas para a Unidade Divinópolis. “É um desafio para a instituição fortalecer as ações que são desenvolvidas, principalmente no campo do patrimônio e da memória. A memória é construída – ela não está pronta –, e esta construção requer um trabalho de profundidade e pesquisa. E o curso de História tem cumprido um papel importante neste sentido”, disse a pró-reitora, que ressaltou a importância do desenvolvimento deste trabalho em parceria com outras unidades que também oferecem o curso de História.
Logo depois, foi lançado o
EmRedes – Portal da Memória do Centro-Oeste Mineiro. A apresentação do portal ficou a cargo da coordenadora do Centro de Memória, que mostrou um breve histórico desde a idealização do centro, pela professora Batistina Maria de Sousa Corgozinho (1953-2013), até a elaboração e criação do portal. Ela reiterou a importância do trabalho colaborativo para a construção da memória presente no acervo do portal e do Centro de Memória. “Dar acesso à memória, fomentar pesquisas e chamar a comunidade para a colaboração é uma forma de ampliar as vozes populares”, comentou. Esta é uma maneira de criar a memória “verdadeira” e não apenas a oficial. “O Centro de Memória tem esta ideia de diálogo permanente”, completou. Tanto que grande parte do acervo foi criado a partir de doações de arquivos particulares.
Após o lançamento do portal, formou-se a mesa-redonda sobre o tema “Memória e museologia social: perspectivas e possibilidades para o desenvolvimento regional”, da qual fizeram parte, além da professora Flávia, os professores Pablo Gobira Souza Ricardo, da Escola Guignard-UEMG, e José Heleno Ferreira, pesquisador do Centro de Memória.
O professor Pablo Gobira, que é coordenador de um dos programas de extensão da UEMG (
Direitos à produção e ao acesso a arte e à cultura), abriu a discussão apresentando o tema “O direito à arte e à cultura e o direito à memória”. Ele falou a respeito da preservação da arte digital e dos novos documentos disponibilizados em novos meios midiáticos e tecnológicos e de que forma este trabalho dialoga com o Portal EmRedes. O projeto do professor visa a fazer um mapeamento da produção de arte e cultura da UEMG, além de potencializar e gerar interação entre outras produções culturais, o que é possível através das visitas que ele vem realizando a outras unidades. “Além de todos os campos da cultura, propõe-se a inserção do debate sobre a memória institucional e de quem faz a instituição”, ressaltou. De acordo com ele, é importante gerar a “manutenção e criação de espaços de memória, pensando a UEMG e a vocação para a memória diversa”.
A apresentação do professor José Heleno partiu da discussão “Educação e museologia social”, refletida por meio da tradição e autoridade. Segundo ele, os educadores devem cuidar para que as crianças e os jovens conheçam o mundo em que vivem. “Ter autoridade é assumir a responsabilidade pelo mundo em que estamos”, lembrou José Heleno, ao citar a filósofa Hannah Arendt (1906-1975). Na relação educação e memória, “é importante reencontrar a tradição que sustenta a existência da autoridade nas relações entre os seres humanos”. Por isso, conversar sobre e entender a memória é necessário para a criação de uma “outra memória” que não seja apenas a oficial. “Em vez de continuarmos repetindo o que fomos, podemos recuperar o sentido inédito, rompendo a continuidade linear da história”, concluiu.
Encerrando a noite, a professora Flávia falou sobre as ações desenvolvidas pelo Centro de Memória, cujo objetivo principal é manter um diálogo permanente com a comunidade. Por isso, ao longo desta semana, o centro estará aberto à visitação pública, além de oferecer oficinas e exposições sobre a memória.
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