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Semana de Museus | Mesa-redonda debate Maio de 68 e os influenciadores digitais de 2018
22/05/2018
A mesa-redonda “Dos situacionistas de 1968 aos influenciadores digitais de 2018” trouxe para a noite de quinta-feira (17 de maio) da 16ª Semana de Museus – promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e realizada pelo Centro de Memória Professora Batistina Corgozinho (Cemud), da UEMG Unidade Divinópolis, e pelo EmRedes – Portal da Memória do Centro-Oeste Mineiro – um debate sobre Maio de 68, período em que ocorreram manifestações em diversos países, comparando com os influenciadores digitais de 2018, já que algumas das questões que moveram os manifestos em 1968 voltam a se repetir no ano atual. A conversa contou com a presença de Regina Helena Alves da Silva, historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Leo Drumond, criador do coletivo de narrativas visuais Nitro, e foi mediada pelo professor Richardson Pontone, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da UEMG Unidade Divinópolis. O evento também integrou a programação de atividades extracurriculares realizadas mensalmente pelo curso.
Pontone comentou sobre a ideia de trazer para a Semana de Museus esse contraponto entre o passado e o presente. “No cinquentenário de Maio de 68, no tempo histórico, a gente vê que alguns modelos estão muito presentes, estão se repetindo, aquela história de falar do dia primeiro como tragédia, depois como um fato. Então, é necessário, nesse tempo histórico em que nós estamos vivendo outra vez, a partir de outro golpe, a gente discutir o que está acontecendo, o que aconteceu lá atrás e o que está acontecendo hoje, pra gente ter essa leitura. A comunicação precisa pensar sobre isso. Ao mesmo tempo, a gente traz essa discussão para a comunidade acadêmica, essa discussão que está no seio das disciplinas, nas salas de aula, e temos que externalizar isso.”
Quem começou o debate foi a professora Regina, que pontuou a importância de ligar o tema hiperconectados, da Semana de Museus, com o da mesa-redonda. “Um mundo hiperconectado, a possibilidade de você ter tudo ao mesmo tempo agora, de você ter respostas rápidas, de buscar as coisas, falar e ter repercussões, tudo ao mesmo tempo, faz com que essa velocidade gire em torno da necessidade de um tempo para que você possa refletir e compreender melhor as respostas e as perguntas, que você possa entender um pouquinho melhor porque hoje em dia é tão necessário ficar o tempo todo conversando com alguém, trazendo alguma coisa, colocando uma imagem, respondendo outra. Qual a necessidade disso, se temos um mundo que não nos responde mais nas questões de liberdade, de luta por mais espaço, por mais direitos, e pela compreensão da nossa diversidade e, principalmente, das nossas diferenças?”, disse a professora.
Preservar a memória e a história foi um dos pontos levantados por Leo Drumond durante a mesa- redonda. “A gente poder preservar a história que não a oficial dos livros, as histórias que as pessoas vão contar, e aí a gente implica um assunto muito importante que foi discutido: a guerra de narrativas, o direito à voz, o direito de produzir sua própria história através de vídeos, fotos, textos e ter isso guardado, armazenado, é quase uma disputa”, comentou o documentarista.
A mesa discutiu política, o papel das redes sociais nas manifestações e como a fotografia tem um poder de narrar acontecimentos. Quem participou pôde refletir sobre a história e como os eventos históricos nos fazem compreender e questionar o que estamos vivendo nos dias de hoje.
Texto: Ayllana Ferreira e Lorena Gonçalves – Estudantes do 3º período do curso de Jornalismo da UEMG Unidade Divinópolis
Fotos: Elvis Gomes – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
Orientação: Elvis Gomes e Isabella Marques – Assessoria de Comunicação | UEMG Unidade Divinópolis
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